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Daiane dos Santos, Guga, Edinanci Silva e Afrânio Costa são eternizados no Hall da Fama do COB

Cerimônia de gala no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, homenageou quatro atletas que marcaram a história do esporte nacional e são exemplos dos valores olímpicos para as novas gerações

Por Comitê Olímpico do Brasil

13 de mai, 2025 às 23:18 | 6min de leitura

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O esporte brasileiro eternizou quatro grandes ídolos nacionais no Hall da Fama do Comitê Olímpico do Brasil (COB). Em uma cerimônia emocionante realizada na noite desta terça-feira (13) no Copacabana Palace, no Rio de Janeiro, foram homenageados Daiane dos Santos, da ginástica artística, Edinanci Silva, do judô, Gustavo Kuerten, do tênis, e Afrânio Costa, do tiro esportivo (in memoriam). Os quatro novos integrantes foram escolhidos em 2024, após aprovação em Comissão Avaliadora.

 

Em uma noite repleta de homenagens e recordações dos feitos históricos das lendas do esporte, o Hall da Fama do COB manteve viva a memória e o reconhecimento dos atletas que marcaram época no esporte brasileiro. A cerimônia foi apresentada pelo jornalista Marcelo Barreto e reuniu não só os homenageados, mas também seus familiares, outras lendas do esporte brasileiro e fãs. 

 

 

"Se queremos que o Brasil seja uma nação esportiva, para um dia ser uma potência olímpica, não podemos apagar a nossa história. É ela que nos mostra o caminho da vitória e é feita de conquistas de nossos ídolos, nossos heróis olímpicos. São eles que fortalecem os valores olímpicos de excelência, amizade e respeito. A presença de tantas personalidades nessa cerimônia é a prova da união e do espírito da comunidade que nos move”, declarou. “Tiro esportivo, ginástica, judô e tênis, aqui representados, foram modalidades que medalharam em algum dos últimos três jogos, graças aos excelentes trabalhos feitos por seus presidentes de confederações, que seguem na busca incessante de novos talentos, trabalhando junto dos atletas, porque é assim que construímos uma nação esportiva: juntos, sempre”,  Marco La Porta, presidente do COB.

 

 

O primeiro homenageado da noite foi Afrânio da Costa, do tiro esportivo (in memoriam). Afrânio foi responsável por conquistar a primeira medalha olímpica da história do país nos Jogos Olímpicos de Antuérpia, em 1920. Em nome do Time Brasil, Felipe Wu, medalhista olímpico de prata no tiro esportivo na Rio 2016, leu um texto em homenagem ao pioneiro. 

 

No caso de Afrânio Costa, que faleceu em 1979, a honraria foi entregue a sua sobrinha neta, Cristina Ferraz, que recebeu a placa de homenagem das mãos de Jackie Silva, campeã olímpica em Atlanta 1996 e também integrante do Hall da Fama. Cristina fez um discurso emocionante em memória do tio: É com muita alegria que estou aqui, representando toda a família, recebendo essa homenagem muito merecida ao meu querido tio Afrânio. Além de muitos troféus, títulos, muita dedicação ao esporte que ele escolheu, ele foi brilhante. Nosso primeiro medalhista olimpico do Brasil, muito importante na nossa história olímpica. Eu agradeço muito ao Comitê Olímpico do Brasil e todos os organizadores do evento”, disse. “Tenho certeza que se ele pudesse estar aqui pessoalmente, ele diria uma coisa que eu ouvi muito ele dizer: todas as conquistas, medalhas, troféus, tudo que ele realizou na sua trajetória como atleta olímpico, ele dedica ao Fluminense Football Clube”, concluiu.

 

 

Logo depois, foi a vez da judoca que marcou a história do esporte nacional como exemplo de determinação e coragem. Edinanci Silva foi a primeira judoca brasileira a participar de quatro edições de Jogos Olímpicos: Atlanta 1996, Sydney 2000, Atenas 2004 e Pequim 2008. Se destacou em mundiais e pan-americanos enquanto enfrentava desafios para além do tatame. 

 

A judoca campeã olímpica em Paris 2024, Bia Souza, foi chamada ao palco para conduzir a homenagem. A placa com suas mãos eternizadas foi entregue pelo campeão olímpico no vôlei de praia e Diretor Geral do COB, Emanuel Rego.

 

Sob fortes aplausos de uma plateia que recebeu Edinanci de pé, a atleta agradeceu emocionada por estar recebendo a honraria. ”É uma felicidade enorme estar aqui, porque é muita luta, muita entrega para a gente chegar numa competição de quatro em quatro anos, entrar no tatame e fazer quatro minutos de luta, muitas vezes vira apenas 30 segundos, as vezes 15 segundos. Foi muita batalha e eu só tenho a agradecer: ao COB por acreditar todas as vezes que eu estive lá representando o país, a CBJ também, que acreditou no meu sonho, e a todos os técnicos que participaram da minha carreira, em especial a tia Rose (Rosicleia Campos) que está aqui”, disse.

 

“Muito obrigado por permitir que mais uma história de uma nordestina possa acompanhar a história olímpica do país”, finalizou.

 

 

Responsável por uma das comemorações mais icônicas do esporte brasileiro, o tricampeão em Roland Garros, Guga Kuerten, foi o terceiro homenageado da noite. Para celebrar a trajetória do tenista que foi número 01 do mundo, Robert Scheidt, bi-campeão olímpico subiu ao palco do Copacabana Palace. 

 

 

Com muito bom humor, Guga subiu ao palco e iniciou seu discurso “O tempo vai passando, a gente vive esses momentos e a pergunta continua ‘como é que pode aquele menino magrelo e desengonçado ter feito isso’ (risos)”. O tenista relembrou as pessoas especiais que passaram pela sua vida, como o pai “um visionário que trouxe raquete de tenis para Florianópolis em 1980”, e incluiu seu técnico Larri Passos, sua mãe e sua avó no discurso.

 

“Quem ainda está aqui no dia-a-dia do esporte, podendo aproveitar, divirtam-se. Aproveitem mesmo todos os momentos e, se possível, valorizem a importância da influência que vocês tem ao emocionar e incentivar as pessoas”, finalizou após receber a honraria das mãos do presidente do comitê olímpico do Brasil, Marco Antônio La Porta.

 

 

Para encerrar a noite no maior estilo “brasileirinho”, chegou a vez de Daiane dos Santos. A ginasta participou de três edições de Jogos Olímpicos e foi responsável por mudar o rumo da ginástica artística brasileira. Para homenageá-la, a medalhista olímpica Jade Barbosa leu, com muita emoção, uma homenagem para a colega.

 

Em seguida, Daiane recebeu a placa com o molde das mãos entregue pela Vice-presidente do Comitê Olímpico do Brasil, bronze no pentatlo moderno em Londres 2012 e integrante do Hall da Fama, Yane Marques.

 

“Eu me sinto lisonjeada por estar aqui hoje representando a ginástica, o esporte brasileiro nessa constelação de grandiosos atletas que me inspiram, que admiro, respeito, não só pelos feitos esportivos, mas pelo exemplo que são fora das arenas esportivas também”, disse emocionada. 

 

“Eu quero agradecer as minhas famílias. Primeiro, a minha família de sangue. A família que é minha raiz, minha base, minha estrutura e me mantém de pé em todos os momentos. E hoje, aqui, eu quero agradecer a minha avó materna que está aqui comigo. Obrigada por tudo que a senhora fez por mim. Obrigada por tudo que vocês, nossas avós, fizeram por nós. Eu só sou porque vocês foram, vó. E agora eu quero agradecer a família que Deus colocou no caminho da vitória: o esporte, a ginástica, as irmãs que Deus me deu, as amigas, todos os treinadores, todas as equipes multidisciplinares que passaram na minha trajetória de 18 anos”, finalizou.

 

Durante o evento, os homenageados deixaram as mãos marcadas em moldes que serão futuramente exibidos no Centro de Treinamento do COB. Além disso, a vida e carreira dos homenageados estarão disponíveis na página digital do Hall da Fama, no site do COB, com biografias, vídeos, fotos, registros históricos e um espaço interativo para mensagens dos fãs. 

 

O evento foi transmitido pelo canal do Time Brasil no Youtube e pelo sportv 2.

 

Criado em 2018, o Hall da Fama do COB tem como propósito exaltar e preservar a história olímpica do Brasil. Agora, a lista conta com 39 personalidades do esporte brasileiro foram eternizadas. A lista de homenageados foi inaugurada por Torben Grael (vela), Sandra Pires e Jackie Silva (vôlei de praia) e Vanderlei Cordeiro de Lima (atletismo).

 

 

Biografia dos homenageados deste ano:

 

Afrânio Costa - Tiro Esportivo 

Afrânio Costa nasceu em Macaé (RJ) e foi o responsável por conquistar a primeira medalha brasileira na história dos Jogos Olímpicos: prata na prova de pistola livre, em 1920. Também conquistou o bronze por equipes. Advogado e diretor de tiro esportivo do Fluminense, Afrânio ajudou a construir o primeiro estande para os atletas no clube. Foi justamente nas Laranjeiras que a equipe brasileira se preparou para sua estreia em Jogos Olímpicos. O atirador foi também o chefe da delegação de tiro na Antuérpia, sendo o responsável por pedir equipamentos emprestados aos americanos, já que os brasileiros tiveram os seus materiais roubados. Confira a biografia completa em nosso site.

 

Daiane dos Santos - Ginástica Artística 

Primeira campeã mundial da ginástica artística brasileira, em Anaheim 2003, Daiane dos Santos sempre teve o solo como especialidade. Foi neste aparelho que a gaúcha se tornou um dos principais nomes da modalidade no início do século 21. Em parceria com o treinador ucraniano Oleg Ostapenko, Daiane criou dois movimentos que foram eternizados pela Federação Internacional de Ginástica (FIG) e hoje levam o seu nome: o duplo twist carpado (Dos Santos I) e o duplo twist esticado (Dos Santos II). Somando suas participações nos Jogos Pan-americanos Winnipeg 1999, Santo Domingo 2003 e Rio 2007, a ginasta possui cinco medalhas: duas de prata e três de bronze. Confira a biografia completa em nosso site.

 

Edinanci Silva – Judô 

Natural de Sousa, na Paraíba, Edinanci Silva se tornou uma referência no judô brasileiro e foi a primeira mulher a disputar quatro edições dos Jogos Olímpicos. Entre seus maiores feitos no esporte, destacam-se as duas medalhas de bronze nos Campeonatos Mundiais de Judô de Paris 1997 e Osaka 2003, além dos dois ouros nos Jogos Pan-americanos de Santo Domingo 2003 e Rio 2007. Nos Jogos Olímpicos, a judoca obteve o quinto lugar na edição de Pequim 2008. Confira a biografia completa em nosso site.

 

Gustavo Kuerten – Tênis 

O tenista catarinense Gustavo Kuerten, o Guga, teve seu auge no final da década de 1990 e no início dos anos 2000, quando ele se tornou tricampeão do Grand Slam de Roland Garros (1997, 2000, 2001) e primeiro lugar no ranking mundial da Associação de Tenistas Profissionais (ATP). Foi a primeira vez em que um sul-americano conquistou tal honraria no esporte. Ao fim de seus quase 20 anos de carreira, Guga somou 28 títulos, sendo 20 individuais e 8 em duplas, além de ter participado de duas edições de Jogos Olímpicos, em Sydney 2000 e Atenas 2004. Kuerten ficou 43 semanas na primeira posição do ranking da ATP, sendo, oficialmente, o maior tenista do mundo. Confira a biografia completa em nosso site.

 

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